quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tudo ou nada, eis a questão.

Tudo ou nada.

É assim que sentimos e enxergamos nossa vida; é nessa dicotomia que muitas das nossas escolhas são envolvidas. Se não se pode ter o máximo, o tudo, se não se pode chegar ao topo da montanha, por que não ficar na base, fazendo companhia ao vazio?

O gozo com o nada, com a falta, parece ser mais pleno do que o prazer das parcialidades. Como se o não ter fosse mais intenso e humano do que o ter parte do todo. Vida e morte se equivalem, será? A frustração de não ter compensa mais do que a dor do limite, das imposições da natureza das coisas? Sinceramente, não sei.

Outro dia estava indo para minha terra e quando cheguei no meu lugar reservado no avião estava sentado um menino, de uns 10 anos de idade. Perguntei com quem ele estava, chamei a comissária, que solicitou sua saída. Após alguns xingamentos, ele saiu e sentou no assento do corredor. Alguns minutos observando, percebi que era a primeira vez que ele estava andando de avião. Resolvi, então,negociar, e sugeri que durante a decolagem ele ficasse sentado na janela. Depois, eu disse, nós trocaríamos e eu ficaria no meu assento. Sabe qual a resposta que ele me deu? "Não, não quero, só quero se for a viagem toda".

Tudo ou nada, simples assim!

P.S.: terminada a decolagem, cedi a janela para ele. A felicidade voltou a reinar.

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